Páginas

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Das treinadoras de bancada, moi même

Eu nestes últimos dias tenho andado muito a leste do que se vai passando pela blogosfera, e o que lá vai, lá vai. Mas já agora, aproveito a polémica da rapariga que ninguém conhecia de lado nenhum e que foi fotografada com a sua própria roupa na passadeira dos Óscares e foi criticada pelo seu "outfit", e vai-se a ver, não tinha nada a ver com estrelas de Hollywood, para reflectir um pouco sobre os comentários que também eu faço.

Assim que eu pus a vista em cima da fotografia da rapariga não tive qualquer interesse em criticá-la. Ela obviamente não era alguém "criticável". Eu acho que, nestas coisas dos Óscares e das passadeiras vermelhas e da crítica de roupas, pode-se fazer comentários depreciativos, construtivos, humorados, sarcásticos, chamar nomes, o que se quiser. Os únicos critérios pelo quais eu me guio são os seguintes:
1 - É conhecida, mas assim famosa a sério?
2 - Essa fama obriga-a a ser consciente do que veste, não por si mas pelos outros, por ter a obrigação de saber que seguramente vai ser fotografada e escrutinada?
3 - Essa fama faz com que tenha a trabalhar para si uma stylist, ou alguém que a ajude a escolher as suas roupas, a aconselhe directamente, a possa ajudar a evitar um desastre?
E/OU
4 - Essa fama faz com que as grandes marcas de roupas se disponham a oferecer ou emprestar-lhe roupas de borla, para escolher a que mais gosta para vestir numa determinada ocasião ou para qualquer ocasião?

Se a resposta a todas estas perguntas for sim, então essa pessoa está sujeita ao meu escrutínio. Porque ela é uma figura pública, que aparece publicamente, tem à sua disposição toda a ajuda que uma pessoa pode comprar ou receber e ainda assim, pode sair asneira da grande. Porque apesar de toda a ajuda do mundo, ou se tem bom gosto, ou não se tem, e isso salta sempre à vista. E esse bom gosto é sempre muito subjectivo, o que é bom gosto para mim, não o é para a pessoa que está sentada ao meu lado. Por isso nem todos gostamos de amarelo.

É por isso também que wannabees desconhecidas nem merecem a minha atenção, porque o que elas querem é chamar a atenção e a melhor forma de o fazer é vestir-se para chocar. E há patinhos que caem e comentam e dão-lhes tempo de antena.
E também pessoas tão comuns como eu também não devem ser sujeitas a crítica de passadeira vermelha, porque elas não têm o poder de fogo das outras pessoas que lá estão, porque não partem em igualdade de circunstâncias. Se conseguem um pequeno milagre, é de louvar, mas se não conseguirem evitar um desastre por comparação, que culpa têm elas, se não lhes foram dadas as mesmas cartas?

Comparam-se ou criticam-se grandezas que estejam ao mesmo nível, não em níveis diferentes, é simples, e é simples reconhecer a diferença, acho eu...

Um comentário:

  1. Se o reconhecimento da diferença não for simples para olhares destreinados, deveria pelo menos sê-lo para quem não faz outra coisa na vida. Para quem faz disso vida. Tem obrigação de saber o que diz e em caso de dúvida (porque todos as temos) de pesquisar um bocadinho antes de "espingardar".

    ResponderExcluir

Obrigada pela partilha!