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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O sono dos justos



Neste universo de possibilidades que são as maravilhas da maternidade, apenas há duas alturas em que o Pedro não dorme a sesta. É que não dorme MESMO. A saber:

1 - sempre que eu preciso absolutamente de aproveitar o tempo da sesta dele para fazer alguma coisa de muito útil ou muito fútil impreterivelmente inadiáveis.

2 - sempre que seria no melhor interesse do próprio Pedro dormir, porque a seguir vai ter uma tarde e noite de ramboia e convém estar fresquinho e descansado para não andar por aí aos caídos e em prantos.

Portanto, são duas alturas fantásticas para não fazer a sesta e o Pedro não perde nunca essas oportunidades.
É muito amigo da mãe, este menino. Também é muito amigo de si próprio, está bem de ver. E da mãe ou de quem o tem de aturar rabugento.

O que fazer?
Muito simples.
1 - As cenas impreterivelmente inadiáveis (será que eu consigo arranjar maneira de sublinhar ainda mais a urgência da coisa? Vou escrever em caps lock, boa), dizia eu, IMPRETERIVELMENTE INADIÁVEIS, ou ficam adiadas (a maternidade é uma ótima organizadora de agenda), ou fazem-se com ele a melgar, até que chore e comece a dar aos braços, e então adia-se o resto que não é tão impreterível assim.
Mais uma vez, a maternidade ensina-nos a desbravar e abraçar os vários níveis de urgência das coisas urgentíssimas. Eles existem, são vários e todas vamos ter oportunidade de os descobrir não sem angústia e papa no cabelo.

2 - Se ele não dorme e temos rambóia, é certo que ele vai ficando cada vez mais cansado, rabugento e descontrolado com o passar das horas, principalmente se insistimos que o melhor seria mesmo dormir a sesta. Nessas alturas, o melhor a fazer é a bela da fuga para a frente. É levá-lo para a ramboia, distraí-lo o mais possível. Ele tem sempre umas réstias de energia no gerador e aguenta-se muito bem distraído pelos outros miúdos e graúdos, pelas vistas e pela novidade. Como são situações de excepção - nem nós o levamos a muitas ramboias (na verdade, evitamos ao máximo), nem ele costuma saltar a sesta - resiste a mais uma boa tarde e, já tem acontecido, parte da noite sem dormir.

Olhe, dorme depois!
Conhece as regras e quebra algumas, algumas vezes!

4 comentários:

  1. com a maternidade o conceito de "urgência" toma outros significados...

    :)))

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  2. Conheço bem essa faceta. Por exemplo, quando tem consulta. Marco-a para o fim da tarde, para não interferir com a sesta (depois de almoço). Pois nessa altura gosta de adiar a sesta de tal maneira que tenho que acordá-la para irmos embora. Grrr. Será que lhes transmitimos a nossa ansiedade? Acredita que até já cheguei a omitir à avó que tinha consulta (ou outra coisa parecida) para que não houvesse stress na hora de dormir.

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  3. Tento manter a rotina das sestas, mas claro está, condiciona muitas e muitas saídas, se não dorme, ninguém o atura! se dorme perdemos o dia praticamente, não existe nenhuma fórmula mágica, seguimos os nosso instinto e vamos tentando fazer o melhor, quanto ás urgências de outras coisas, bem isso ainda não consegui resolver, vou resolvendo :-) beijo

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  4. hahahahahah Tão bom!!! AMEI!
    Eles têm olho para a coisa e não falham!!!

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