Li num comentário a este post do Arrumadinho uma versão politicamente correcta do atirei o pau ao gato que eu leio e adapto assim:
"Nãaaaoooo atira o pau ao gato-to-to
porque isso-so-so não se faz faz faz.
A minha mãe mãe
ensinou-me-me
a tratar a tratar bem animais Miaaaau".
Ora, eu em geral acho o politicamente correcto ridículo, as coisas ou são como são, ou temos dois dedos de testa e não nos deixamos levar no que querem dizer. Geralmente o politicamente correcto serve apenas para acalmar ânimos mais amofinados ou ressabiados e o resto da malta ri-se do ridículo ou simplesmente desvaloriza.
Mas neste caso em particular, não podia estar mais de acordo com esta versão politicamente correcta. vamos por pontos:
1. O Atirei o pau ao Gato é uma cantilena facílima de aprender e que fica na cabeça, apetece cantar aos gritos, tem uma métrica mesmo boa para os bebés dançarem e aprenderem os sons e as palavras e essas coisas todas muito pedagógicas.
2. Mas a letra é abominável e remeto a sua interpretação exaustiva para o mesmo post do Arrumadinho, que a fez com ironia. Nunca tive ímpetos de atirar um pau ao gato à conta da famigerada cantiga mas facto é que me lembro sempre do pau atirado ao pobre gato e como seria e coitadinho e tudo. Mais, oh pá, há mesmo necessidade de a cantar assim? Temos mesmo de ser obrigados a explicar à criancinha que não, aquilo é só uma cantiga, não ligues à letra, mas canta e bate palminhas, está bem?
3. Esta letra supra reproduzida encaixa mesmo bem na métrica da letra. Além disso, é uma resposta fantástica à versão anterior, ensinando não só a não atirar o pau ao gato, mas também que a mãe o ensinou e a mãe é que sabe e diz que isso não se faz e acabou-se. No final, o ensinamento moral consentâneo com a contemporaneidade: tratar bem os animais. Mãezinha querida dixit.
Gostei. Vou decorar e ensinar.
5 comentários:
este "caso" é para lá de surreal! é com cada pérola...
mas sim, a música do pau no gato, tal como muitos outros contos infantis, lembro-me assim de repente do Patinho Feio, são de bradar aos céus. claro que não nos tornámos monstros psicopatas por os termos ouvido toda a infância, mas a verdade é que não lhes encontro muita pertinência em serem tão vis.
Adorei!!! Vou tentar lembrar-me desta tua versão para a cantar ao meu João! :-) muito melhor, sem dúvida, e não põe em perigo a nossa gatinha adorada! :-)
Gostei!!! Não acho piada nenhuma à letra da música, tadito dos bicho!
Esta versão está engraçada sim! :))
Mas eu acho que a versão original não afecta a mente das crianças ensinando-as a atirar paus aos gatos! Nós todos crescemos a ouvir essa música e a maior parte (felizmente) nunca fez mal a nenhum gato. Para uma criança pequena, a letra pouco importa, a criança nem se apercebe dela. A criança gosta da música pela métrica, pelo ritmo, pela animação... O lobo mau também come a avozinha, a caracolinhos de ouro entra numa casa que não é dela e dispõe de tudo o que lhe aparece à frente, o pinóquio é mentiroso... Se formos por aí, eliminaríamos a maior parte das histórias e lenga-lengas da nossa infância!
É preferível uma mãe cantar o pau ao gato com o filho, do que, simplesmente, não cantar de todo! :)
Beijos e bom Domingo! :)
Já me fartei de rir com a polémica.
(O D. Sebastião pede para te transmitir os agradecimentos dele por ensinares ao Pedro uma versão que o poupa de qualquer ímpeto assassino. ;))
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