O Pedro dá os abracinhos mais apertados, as turrinhas mais fofas, os
sorrisos mais abertos do meu mundo. É tão amoroso e querido que só me dá
ganas de o apertar e espremer e repenicar a toda a hora. Vem a correr
de braços abertos e abraça forte, depois aponta para o tecto ou para
outra coisa qualquer muito mais interessante, ou para si próprio, que
ele já sabe onde está o Pedro, tão riquinho!
Mas o que o meu filho tem de carinhoso tem em igual dose de
brutinho. Ele leva tudo à frente, não vê nada nem ninguém pelo caminho,
tropeça, parte, amassa, uma autêntica rebarbadora.
Quando já viu
alguma coisa com as mãos (vá lá já anda a dar algum descanso à boca, já
só tem de ver tudo com as mãos...) atira-as com força e ganas para
longe. E fá-lo com uma e outra e outra coisa, até não ter nada à volta
dele. E olha para nós, porque sabe que não apreciamos nada esses
assomos, essas irritaçõezinhas de diva... Tal como olha para nós quando
está nas suas tiradas carpideiras, deitado no chão, cabeça enterrada no
braço, porque lhe tirámos um boneco...
Meu querido - já lhe tenho dito muitas vezes -, a única diva cá de casa é a mamã...
É a mais pura verdade...
E
como eu vejo o meu pequeno Il Divo parecido comigo, que vexame ver os
meus piores defeitos assim, tão em bruto. O Pedro é muito tranquilo, fácil de levar e sempre bem disposto, mas também é impaciente,
casmurro, pisa os limites, tem uma tolerância à frustração fraquiiinha e
transforma-se num monstro quando tem fome e não lhe enfiam comida pela
boca dentro imediatamente. Tal e qual a sua rica mãezinha. Fica tão
desesperado que desata a chorar como se o estivessem a torturar. Perde
de tal forma o tino que às tantas estamos de colher em riste, a 15 cm da
boca, e ele nem topa, tão ocupado está em chorar porque não lhe dão
comida. É possível? É. Eu às vezes fico tão cega de fome que nem me
apetece comer, de tão transtornada que estou. Isto com fome de cinco
minutos. A única diferença é que não desato a chorar.
Na maior parte das vezes.
Como eu te compreendo filho... Como eu vou ter de te vergar, filho. É como digo, para diva, na nossa casa, já basto eu. And no one steals my thunder!
4 comentários:
ahahahahaha
Os nossos filhos têm muitas semelhanças. Eu costumo dizer que o meu é uma espécie de cilindro (daqueles que assentam o alcatrão nas estradas), passa por cima de tudo. Se por um lado é de uma meiguice infindável, por outro, quando a coisa lhe corre mal, é ver brinquedos pelo ar (já nem olho para os riscos no chão), atirados às paredes, birras no chão, etc.. É claro que isto já lhe deu direito a umas palmaditas mas ele, que já a tem toda estudada, pisca-me os olhos e põe a cabeça de lado, como que a "lançar charme". É terrível! :)
Engraçado que também é, e sempre foi desde o nascimento, muito intolerante com a comida. De manhã, por exemplo, durante aqueles breves minutos em que estamos a preparar a papa, está sempre a gritar! :)
A única diferença é que ele sai ao pai (eheh) que, em pequeno, atirava garfos ao ar à mesa (que quando caíam partiam os pratos), partiu o tampo de uma mesa de mármore com a cabeça, entre muitos outros episódios... :) Por isso, também não posso dizer que não sei a quem ele sai...
Mary, que episódios hilariantes! Partir mesas com a cabeça é um máximo, nem eu consegui pior! Mas compreendo a dor do marido e do filho, a fome põe-nos ceguinhos!
Ah, a do cilindro de alcatrão está muito bem vista, genial!
Caramba... de certeza que as primeiras linhas não fui eu que escrevi sobre o meu Diogo?? A partir daí já não fui eu... por enquanto, porque ainda não chegou às birras e afins. Mas quanto à meiguice do melhor, alternada com ataques de nervos que até fica vermelho a atirar com tudo, é tal e qual... se bem que ainda não deu descanso à boca! eu suspeito que ele tem lá dentro 2 olhinhos e vê muito melhor do que com os de fora!
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