Ora aqui está um assunto que me preocupa verdadeiramente no futuro do meu filho. Me deixa mesmo angustiada e completamente perdida.
Mais do que uma carolada na escola ou um gozo por estar sujo ou não ter os ténis da moda. Mais do que o próprio bullying físico (mas bullying a sério, daquele reiterado no tempo e nas partes envolvidas e entre iguais, não o gozo ocasional, a natural e por vezes cruel sinceridade das crianças que temos de enquadrar e corrigir, como sendo parte da infância, pois agora se confunde muito os conceitos da moda e tudo é bullying...)
Enfim, o que me preocupa no futuro escolar social do meu filho é mesmo o cyberbullying. Com o avanço sempre avassalador e em passadas tão rápidas que é difícil acompanhar, com este mundo tecnológico fazendo parte deles, mas que não conseguem dominar e controlar, porque não têm a maturidade suficiente para isso - tanta gente com trintas e quarentas não tem, fará um miúdo de sete ou dez anos?!-, esta é uma questão da qual nunca o vou conseguir proteger, por muito que lhe controle as páginas sociais, por muito que o proíba ou o acompanhe. Se alguém lhe bater na escola eu posso reagir in loco e tempestivamente, directamente sobre os agressores, mas se alguém o filmar a ser batido e carrega o filme no Youtube, está tudo fora do controle seja de quem for... E já temos visto todos os dias nos telejornais as consequências últimas deste tipo de crueldade e falta de tudo. Tudo fica registado, tudo fica gravado, tudo se pode multiplicar em segundos. E isto é só a ponta do iceberg, o que ouvimos através dos media é o que transborda, não o que por lá vai, nem imagino o que mais andará pelas redes sociais dos palermas dos adolescentes ou das crianças que ainda não têm direito a dois dígitos na idade, mas já têm aberta uma conta no Facebook...
Por isso, a primeira acção, passa pelo conhecimento, passa pela formação, passa pela informação. A nossa, enquanto pais.
As novas tecnologias da comunicação são hoje parte da vida dos jovens e
das escolas. A par das enormes potencialidades, geram também receios e
desafios para os educadores. As “novas” adições “sem substâncias”, as
“novas” formas de invasão ou perda de privacidade, o “cyberbullying”, a
insinuação a coberto do anonimato. A falta de formação de pais e
educadores é, contudo, fortemente limitadora da sua capacidade de
intervenção. Verdade é que, para nos protegermos da “web” há que,
inevitavelmente, saber usar a “web” de forma prevenida.
Por estar atento aos desafios que as famílias enfrentam, o CADIn -
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil - organiza um simpósio
internacional sobre intervenção e prevenção do uso indevido e do abuso
das novas tecnologias de comunicação. Este Simpósio, que se organizará
como um grande fórum de partilha de conhecimentos, divulgação e
sensibilização para todas as questões relacionadas com a prevenção do
mau uso e abuso das novas tecnologias da informação, pretende de igual
modo realçar e ser exemplo de como devem ser usadas as enormes
potencialidades dessas mesmas tecnologias.
4 comentários:
há cerca de dois meses tive o privilégio de assistir a uma conferência de uma Pedopsiquiatra precisamente sobre estas questões das crianças e a Internet e em que a especialista focou o cyberbulling e descreveu detalhadamente outros fenómenos negativos associados à utilização das novas tecnologias pelos mais pequenos, deixando algumas achegas sobre o que os pais podem fazer para previnir este flagelo. Foi esclarecedor! Tantas coisas que eu desconhecia por completo! E tantas que continuo a desconhecer... É um mundo...
ERRATA: prevenir ;-)
Escrevi um texto sobre a referida conferência... se interessar... bjs
Este meu Natal vai ser bem melhor desde que descobri como contornar a crise, e o seu?
*** Feliz Natal e um Excelente 2013, são os votos do blog "Soluções Anti-crise" ***
Temos mesmo de aprender a defender-nos nem mundo de loucos.
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