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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Etiqueta de parquinho infantil

Quando vamos para um parquinho brincar, eu deixo o Pedro sempre muito livre e solto, concordo completamente com este texto e por isso deixo-o muito à vontade. Ele faz amigos instantaneamente, trata-os a todos por Menino ou Menina e quer é brincar muito.
Se tenho de podar a brincadeira, é para  o impedir de abalroar os outros ou melgar os mais velhos (que tendem a ter muita pachorra para ele, são sempre muito queridos) ou de sair disparado com a bola dos outros, deixada incauta pelo chão. Ou ainda para lhe amparar as lágrimas quando se magoa, o que acontece sempre, pelo menos uma vez. Mas ele é rijo.

Pelo contrário, enerva-me profundamente aqueles pais que estão sempre de volta dos miúdos, que não os deixam em paz, sempre a gritar recomendações e cuidados. Atrapalham-nos. Cortam-lhes a brincadeira, o raciocínio, a dinâmica de grupo. Os miúdos não lhes ligam nenhuma, de tanto os ouvir. Como nós não estamos sempre a chamar pelo Pedro, quando o fazemos, ele até vai ouvindo à primeira. Excepto quando está a fazer ouvidos moucos, uma péssima mania que tem tolerância ZERO, já tem ficado de castigo à conta dessa brincadeira, espero que lhe passe rapidamente...

Enfim, pais melguentos são muito chatos para os miúdos. E para mim também.
São melguentos para mim, em primeira linha, porque tenho de estar a levar com eles nas brincadeiras que são partilhadas com o meu filho. Desamparem a loja aos putos, afastem-se!
Mas também são chatos porque às tantas me põem a pensar que provavelmente eles estão a pensar que a mãe "deste menino" (o meu), "quem quer que ela seja" (porque não estou à vista assim à primeira) está-se a marimbar para a pobre ou selvagem criança que anda por ali a correr feita maluca e desamparada (a minha). Ou o meu filho passa por coitadinho ou por selvagem, mas eu sempre passo por mãe ausente. Nunca me livro dos olhares de "Até que enfim!" quando finalmente entro em cena. E lá me sinto eu mal porque não estou a dar a devida assistência ao meu menino, ou porque pior, o meu menino meteu-se com o menino ultra velado e até lhe está a falar e a desafiar para a brincadeira e tudo.

Juro que mais vezes vou ter com o Pedro para mostrar aos paizinhos extremosos que o meu Mogli também tem pais e que eles estão atentos, do que por ser verdadeiramente preciso. Tenho que me deixar destas peneiras, pesam-me as pernas.

7 comentários:

Nany disse...

LOL "mãe ausante" "criança selvagem" :)
Sinceramente eu sou daquelas mães que se senta no banco, manda os putos brincar e depois vai dando bitates e palpites. É certo que o mais velho já nem quer saber, procura-me pela garrafa da água ou outra coisa qualquer. A miuda é mais agarrada a mim, mas fruto da idade e de não conseguir fazer andar as coisas sozinha.
Mães ausentes aquelas que deixam os seus filhos brincar, aprender brincando como ceder o lugar, esperar a vez e afins? Dificilmente.
Nany

Melancia disse...

Dizer aos miúdos "não corras que te magoas" num paruq einfantil é o maior contra senso. Se era para estar quieto ficava em casa! Estou contigo!!

Maria do Mundo disse...

Eu li o texto logo no dia em que foi publicado. Não posso deixar de concordar com ele, não obstante a minha mais nova tenha feito uma fractura exposta do braço, faz hoje um mês, a brincar no parquinho, como lhe chamas.
Concordar, concordo, mas não sei se volto a ser descontraída como era. Não foi comigo que ela caiu, mas que me marcou, marcou.

Unknown disse...

Flor Guerreira,
essa deve ter sido muito dura, eu vou morrer no dia em que o Pedro partir alguma coisa! Mas é o risco que temos de correr, enquanto pais, ao deixar os nossos pius voar...E nada nos garante que mesmo com todo o cuidado, eles não caiam na mesma...
Não é fácil

Beijinho e espero que dentro de pouco tempo as duas possam esquecer!

Nany disse...

O meu mais velho quando partiu o braço pela segunda vez estava a andar de bicicleta e a brincar com a mana. Fui com ele de coração nas mãos ao hospital e ia entrando dentro da sala de rx grávida. Mesmo assim no momento em que o médico o liberou foi voltar a colocar o miúdo em cima da bicicleta. Dói quando voam sozinhos porque já não andam a volta das nossas saias mas o orgulho de os ver voar é maior. Nany

Simplesmente Ana disse...

Admito que raramente me sento enquanto estou no parque, porque a minha filha chama-ma para estar com ela. Desenvencilha-se sozinha e não quer ajuda, mas gosta sempre que ande atrás dela. E vou quando ela me chama. Mas para pai helicóptero está cá o meu marido. Não desgruda. Até a mim, que a vou acompanhando pelo parque, me enerva ;) Eheh.

Rosa Cueca disse...

Eu sou das que brinca com o filho no parque. Os olhares de lado das mães que estão sentadas, também se faz sentir.
Mas o meu miúdo ainda tem "só" quase 3 anos. O que significa que não consegue subir sozinho para muitas das infra-estruturas dos parques.
Além disso, também não gosto quando as mães estão no seu momento "relax" e as crianças, essas sim algo selvagenzinhas, estão a portar-se mal e a ser mal-educadas com outros miúdos mais pequenos...
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, é a minha visão.
Não estou sempre em cima dele e incentivo a ir falar e brincar com os outros meninos, mas gosto que ele saiba que estou por perto, não para o controlar ou prevenir qualquer tipo de acidente numa de mãe-paranóica, mas para brincar com ele também.

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