Quando vamos para um parquinho brincar, eu deixo o Pedro sempre muito livre e solto, concordo completamente com este texto e por isso deixo-o muito à vontade. Ele faz amigos instantaneamente, trata-os a todos por Menino ou Menina e quer é brincar muito.
Se tenho de podar a brincadeira, é para o impedir de abalroar os outros ou melgar os mais velhos (que tendem a ter muita pachorra para ele, são sempre muito queridos) ou de sair disparado com a bola dos outros, deixada incauta pelo chão. Ou ainda para lhe amparar as lágrimas quando se magoa, o que acontece sempre, pelo menos uma vez. Mas ele é rijo.
Pelo contrário, enerva-me profundamente aqueles pais que estão sempre de volta dos miúdos, que não os deixam em paz, sempre a gritar recomendações e cuidados. Atrapalham-nos. Cortam-lhes a brincadeira, o raciocínio, a dinâmica de grupo. Os miúdos não lhes ligam nenhuma, de tanto os ouvir. Como nós não estamos sempre a chamar pelo Pedro, quando o fazemos, ele até vai ouvindo à primeira. Excepto quando está a fazer ouvidos moucos, uma péssima mania que tem tolerância ZERO, já tem ficado de castigo à conta dessa brincadeira, espero que lhe passe rapidamente...
Enfim, pais melguentos são muito chatos para os miúdos. E para mim também.
São melguentos para mim, em primeira linha, porque tenho de estar a levar com eles nas brincadeiras que são partilhadas com o meu filho. Desamparem a loja aos putos, afastem-se!
Mas também são chatos porque às tantas me põem a pensar que provavelmente eles estão a pensar que a mãe "deste menino" (o meu), "quem quer que ela seja" (porque não estou à vista assim à primeira) está-se a marimbar para a pobre ou selvagem criança que anda por ali a correr feita maluca e desamparada (a minha). Ou o meu filho passa por coitadinho ou por selvagem, mas eu sempre passo por mãe ausente. Nunca me livro dos olhares de "Até que enfim!" quando finalmente entro em cena. E lá me sinto eu mal porque não estou a dar a devida assistência ao meu menino, ou porque pior, o meu menino meteu-se com o menino ultra velado e até lhe está a falar e a desafiar para a brincadeira e tudo.
Juro que mais vezes vou ter com o Pedro para mostrar aos paizinhos extremosos que o meu Mogli também tem pais e que eles estão atentos, do que por ser verdadeiramente preciso. Tenho que me deixar destas peneiras, pesam-me as pernas.
7 comentários:
LOL "mãe ausante" "criança selvagem" :)
Sinceramente eu sou daquelas mães que se senta no banco, manda os putos brincar e depois vai dando bitates e palpites. É certo que o mais velho já nem quer saber, procura-me pela garrafa da água ou outra coisa qualquer. A miuda é mais agarrada a mim, mas fruto da idade e de não conseguir fazer andar as coisas sozinha.
Mães ausentes aquelas que deixam os seus filhos brincar, aprender brincando como ceder o lugar, esperar a vez e afins? Dificilmente.
Nany
Dizer aos miúdos "não corras que te magoas" num paruq einfantil é o maior contra senso. Se era para estar quieto ficava em casa! Estou contigo!!
Eu li o texto logo no dia em que foi publicado. Não posso deixar de concordar com ele, não obstante a minha mais nova tenha feito uma fractura exposta do braço, faz hoje um mês, a brincar no parquinho, como lhe chamas.
Concordar, concordo, mas não sei se volto a ser descontraída como era. Não foi comigo que ela caiu, mas que me marcou, marcou.
Flor Guerreira,
essa deve ter sido muito dura, eu vou morrer no dia em que o Pedro partir alguma coisa! Mas é o risco que temos de correr, enquanto pais, ao deixar os nossos pius voar...E nada nos garante que mesmo com todo o cuidado, eles não caiam na mesma...
Não é fácil
Beijinho e espero que dentro de pouco tempo as duas possam esquecer!
O meu mais velho quando partiu o braço pela segunda vez estava a andar de bicicleta e a brincar com a mana. Fui com ele de coração nas mãos ao hospital e ia entrando dentro da sala de rx grávida. Mesmo assim no momento em que o médico o liberou foi voltar a colocar o miúdo em cima da bicicleta. Dói quando voam sozinhos porque já não andam a volta das nossas saias mas o orgulho de os ver voar é maior. Nany
Admito que raramente me sento enquanto estou no parque, porque a minha filha chama-ma para estar com ela. Desenvencilha-se sozinha e não quer ajuda, mas gosta sempre que ande atrás dela. E vou quando ela me chama. Mas para pai helicóptero está cá o meu marido. Não desgruda. Até a mim, que a vou acompanhando pelo parque, me enerva ;) Eheh.
Eu sou das que brinca com o filho no parque. Os olhares de lado das mães que estão sentadas, também se faz sentir.
Mas o meu miúdo ainda tem "só" quase 3 anos. O que significa que não consegue subir sozinho para muitas das infra-estruturas dos parques.
Além disso, também não gosto quando as mães estão no seu momento "relax" e as crianças, essas sim algo selvagenzinhas, estão a portar-se mal e a ser mal-educadas com outros miúdos mais pequenos...
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, é a minha visão.
Não estou sempre em cima dele e incentivo a ir falar e brincar com os outros meninos, mas gosto que ele saiba que estou por perto, não para o controlar ou prevenir qualquer tipo de acidente numa de mãe-paranóica, mas para brincar com ele também.
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