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terça-feira, 13 de maio de 2014

Fim de ciclo

A amamentação faz parte do meu passado. Pronto, está assente. Lembrada com um misto de carinho, nostalgia pelo que foi e pelo que poderia ter sido, contentamento pela ligação, satisfação pelos resultados, frustração pelos resultados e liberdade paradoxal. Agridoce.

A liberdade de dar de mamar e a liberdade de deixar de dar de mamar. 

É nesta fase que estou neste momento, a balançar entre estas duas sensações, entre as vantagens e desvantagens destas duas realidades, ainda com culpa por ter encerrado este assunto na minha vida. Assunto encerrado na prática, presente sempre na minha história. Dei de mamar aos meus dois flhos e foi bom, foi satisfatório, foi normal, foi frustrante, foi aquém, foi além, foi o que foi, o que tinha de ser.

Desta vez não foi fácil. Não foi seguramente tão fácil como foi com o meu filho mais velho. Mas já estou habituada às coisas com este meu filho mais novo serem mais trabalhadas e trabalhosas. 
Começou pelas "dores tortas", que na versão anterior tinham sido um fibrilhar agradável. Normal. 
Continuou com uma subida do leite sentida, aflitiva, que havia sido despercebida na primeira vez. Normal. 
Depois veio o desafio do leite a menos para rapaz a mais, que foi sofrendo com isso. E eu frustrando. Lá naveguei entre mezinhas e dicas para chegar ao que precisava, mas sem grande sucesso. Foi o início do fim. A sopa antes do tempo que eu queria, com a decorrente diminuição de leite. E uma coisa foi levando a outra. E ele cada vez mais impaciente e eu cada vez mais frustrada.
Foi frustrante ver-me cada vez mais gorda e com cada vez menos leite. Porque foi isto que acabou por me acontecer. Nem eu cuidava do meu corpo, nem o meu corpo cuidava de dar ao meu filho o que ele precisava. Eu tinha o pior dos dois mundos e nenhum dos dois estava melhor a cada dia que passava. Se eu podia ter feito muita coisa de forma diferente? Podia. Se podia ter tido uma alimentação ainda mais cuidada, bebido ainda mais água, tido ainda mais calma? Podia, mas não deu.  Eu fui perdendo pequenas batalhas numa guerra que não quero travar. Mea culpa. Neste momento sinto um misto de alívio e culpa. E mais um pouco de culpa por me sentir aliviada. Tanta contradição não me deixa escrever como queria, isto foi o que me saiu. O que sobrou. Acho que depois da culpa, vamos ser mais felizes, nós os dois. Hoje ainda estou a digerir.




Foto: Dreamaker, num dia que registou um momento especial. 

14 comentários:

MarianaS disse...

Liberdade acima de tudo. Sem culpas!

Pipita disse...

Partilho alguns aspectos e compreendo a sensação agridoce. Eu não tive tanta sorte na amanentação como gostaria, não tive a informação na hora certa. Amamento o meu bebé de 5 meses, mas desde as 3 semanas que não é em exclusivo. O facto de ter perdido 12% de peso nessas semanas ditou que assim fosse. Infelizmente não procurei logo ajuda. Mas orgulho-me de ter conseguido amamentar mais do que aquilo que recorri ao suplemento. E que o suplemento não passou disso...suplemento para algumas refeições apenas. Graças a isso ainda tenho leite e ainda usufruo do prazer de amamentar :) No entanto a facilidade de poder dar um biberão no restaurante onde acabámos de nos sentar, ou durante a festa de um batizado, ou deixá-lo com alguém por umas horas...sim é muito bom!

Ana Rita Gil disse...

A amamentação não devia mesmo produzir na mulher todos estes dramas. Mesmo. Do oito passámos ao oitenta. O fundamentalismo da amamentação leva a dramas, sofrimentos, sentimentos de culpa que nunca nunca deveriam ocorrer.

Unknown disse...

:DD Obrigada!!


Ana, a amamentação não foi dramática, longe disso e fujo desses fundamentalismos, exactamente por isso é que batalhei, mas disse não à guerra, porque quero estar em paz. Mas produziu frustração, e por estes dias, culpa, porque eu pessoalmente queria ter amamentado por mais tempo, mas já estava farta. E ainda produziu muita alegria, simplicidade, poupança, praticabilidade.

Assim como não vi estrelas e arco-íris, também não foi uma horrível tempestade.

Beijinhos a todas!

miriam disse...

nada de culpas!! =))) só queremos mães felizes e bebés felizes ;) mas eu entendo-te, os meus dois abandonaram-me, deixaram porque quiseram e ainda assim me senti culpada. nós é que somos tolinhas.
e agora vamos às corridas? :D

Fernanda Loureiro disse...

O meu leite não era suficiente. Tive de recorrer ao suplemento, pois ele chorava com fome, e porque nasceu um mês antes do tempo e era necessário aumentar de peso. Por vezes penso: e se bebesse mais água, ou andasse mais calma?? mas no fundo, acho que não teria a quantidade necessária, mesmo a estimular com a bomba. Fiz o melhor que sabia, e ele está bem, e é isso que importa :)

Carla Santos Alves disse...

Sem culpas, sim!

Tudo se encaixa como num puzle!:)

Beijinho

A Mocha disse...

Sem culpas sim :) O essencial é que mãe e filho estejam bem. Quando tive o meu primeiro filho amamentar foi quase um drama. Eu tinha pouco leite e ele chorava de fome e eu nem percebia bem porquê, na altura. Passadas 2 ou 3 semanas já ele estava a leite artificial. Queria era que estivesse bem e comesse, pq emagrecia a olhos vistos e eu estava em pânico. Mais tarde viemos a descobrir que ele tinha uma infeção urinária, mas com tanto stress deixei mesmo de ter leite. Não senti culpa porque achei que toda a situação tinha acontecido fora do meu controlo. Fiquei sim triste por não ter continuado a experiência (e benefícios) da amamentação, especialmente numa altura em que já não me doía (mamilos a sangar etc etc). Mas fiquei foi sobretudo feliz quando comecei a ver o meu bébé a ganhar peso e a desenvolver-se bem. Isso sim foi importante :) Estou agora grávida do 2º filho e rezo para conseguir dar de mamar normalmente. Tudo farei para isso. Mas sei que se não conseguir há sempre alternativas e o sentimento de culpa... é atirá-lo para trás das costas. O importante é vê-los bem (e a nós também). bjs

Sara Branco disse...

Sem culpas, sempre! A amamentação é o que tem que ser para cada bebé e cada mãe! Há quem consiga superar as dificuldades e há quem não consiga e opte por parar! Seja qual for a decisão, a melhor escolha é sempre a que traz mais tranquilidade à mãe e ao bebé! Eu ainda amamento 1 vez por dia (apenas ao acordar, porque há meses que decidi que não andam a mamar quando querem, porque não precisam) e os miúdos fazem 2 anos em Junho. E apesar de nunca ter tido confrontos directos sobre a amamentação, sei perfeitamente que há quem critique e me ache doida por continuar a amamentar duas crianças que "já são tão crescidas". Quanto a isso, respondo, que quem sabe sou eu, e os meus filhos! E contigo é igual! Quem sabe, és tu, e o Miguel! Sem culpas! Porque se estiveres tranquila serás melhor mãe! Beijinho grande!!

Melancia disse...

Mas o que seria de qualquer decisão materna sem um bocadinho de culpa? Eu, que sou uma "apaixonada" pela amamentação, acho que melhor do que qualquer benefício que o teu leite lhe possa trazer, o teu sorriso, a tua tranquilidade e a tua alegria trarão sempre muito mais. Foi bom (ou menos bom) enquanto durou!

The Doctor is IN disse...

Olá Inês,
Antes de mais parabéns pelo teu blog que acompanho desde 2010.
Se as palavras saíram dessa forma, foi porque tinha que ser assim e está bem escrito, simples e directo ao coração de todas as mães que passaram pela experiência da amamentação que nunca é igual por muita vontade e empenho que se tenha em fazê-lo, e fazê-lo bem.
Porque queremos fazer tudo, e queremos fazer tudo bem.
Nada de fundamentalismos, sim, nem para um lado nem para outro.
"Apenas" temos que ser suficientemente boas.

obrigada pela partilha.
um beijinho

http://opsidascoisas.blogspot.com/

Papoila disse...

Um dia vou escrever um texto assim sobre a minha experiência com a amamentação :*

Anônimo disse...

Com permissão pela má palavra, cag.... nisso! Em frente! Não te sintas mal, já fizeste o que podias. Maldita cultura de culpa que nos enraizam desde o berço. Eu passei pelo mesmo, até um dia me lembrar que um dia o hei-de apanhar a experimentar um cigarrito (e vou sendo crente e esperançosa no apenas experimentar)e vai-me apetecer ir-lhe à cara pelo dano que fará ao seu corpo, corpo esse que tentei proteger o mais que pude, amamentando-o, dando depois alimentos o mais sãos possíveis, variados... comme il fault! não os vais poder proteger de tudo. Avança. E vou-te ser muito honesta, nas últimas fotos não te reconhecia. Cuida de ti, com calma, sem culpas, volta ao teu peso, ao teu aspecto habitual. Ele está bem, cumpriste uma das tuas funções, agora tens muitas mais a cumprir e para isso tens de te libertar de culpas. beijinhos Ana

Sarokas disse...

Eu apenas amamentei um mês... Não foi por opção, mas porque o corpo assim o quis..
Tenho pena de não a amamentar mais tempo, mas é demasiado stress, para ela e para mim..
Agora é tempo de pensar em nós, e em como nós devemos sentir bem... Cuida de ti, volta a seres tu própria e acredita que tudo corre bem! :)
Sem culpas! E com a auto estima em alta!
Um beijinho!
Sara

Http://miudaelectrica.blogspot.com

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