Aqui podemos encontrar um pouco do trabalho desenvolvido pelo fotografo italiano Gabriele Galimberti, num projecto super interessante em que fotografou crianças de todos os cantos do mundo com os seus brinquedos favoritos.
Todos eles reflectem as suas vivências e o ambiente em que vivem, bem como as condições económicas e sociais em que estão a ser criados. Algumas imagens são desconcertantes, outras enternecedoras, outras preocupantes, outras divertidas.
Uma coisa que me chamou a atenção foi o fotógrafo concluir que quanto mais pobre é a criança, e naturalmente, menos brinquedos tem, mais ela tende a partilhá-los e a ser receptiva a quem queira brincar consigo e com os seus tesouros. Parece que quanto mais as crianças têm, mais possessivas e desconfiadas e egoístas as crianças tendem tornar-se. Entristece, não é? Mo' money, mo' problems, desde pequenino...
É por isso que cada vez eu gosto mais da ideia de brinquedos perenes, de verdadeiros tesouros que duram e duram, que resistem à passagem do tempo, das modas, das mãos, das gerações. Que valem por si e pelo que podem funcionalizar na vida de uma criança e sobretudo, da recordação que lhes podem deixar para a vida adulta. Ao fim e ao cabo, é o nosso sonho com o Carrossel.
Chiwa – Mchinji, Malawi
Stella – Montecchio, Italy
Tangawizi – Keekorok, Kenya
Pavel – Kiev, Ukraine
Arafa & Aisha – Bububu, Zanzibar
Bethsaida – Port au Prince, Haiti
Orly-Brownsville,Texas
Alessia – Castiglion Fiorentino, Italy
Shaira – Mumbai, India
6 comentários:
É impressionante como isto espelha tão bem como a nossa sociedade se tende a desenvolver.
Não somos nós, adultos, exatamente assim?
Como mãe assusta-me imenso isso, assusta-me o pensamento de não vir a conseguir ensinar ao meu pequeno valores como a partilha e compaixão para com quem tem menos e é mais desfavorecido. Assusta-me, porque por muito que tentemos fazer o correto por vezes é complicado e dificil...
Grande beijinho
A fotografia do menino ucraniano é assustadora. Será que só brinca com armas?
Tão cruas e duras como a nossa realidade. Tão desconcertante. Custa engolir nas faz tanta falta.
alvaquasetransparente.blogspot.com
Esta reportagem arrepia.
O meu filho completou 16 meses a semana passada e começou há alguns meses a interagir de forma mais intensa com os seus brinquedos, que são poucos, admito, porque acredito que não é a quantidade que fará dele uma criança mais feliz. Para além disso, apercebo-me de uma tendência, que pode naturalmente mudar, mas ele já tem as suas preferências e escolhe invariavelmente os mesmos brinquedos.
Eu fui habituada a ter pouco e a partilhar o pouco que tinha, dadas as circunstâncias da vida. Se isso fez de mim uma pessoa mais ciente do valor das coisas e mais solidária, não sei, mas são esses os valores que quero transmitir ao meu filho.
Adorei as fotos e a reflexão sobre as fotos. Dá que pensar, realmente!
Beijinhos*
* Adoro os vossos cavalinhos de madeira, mas tenho a sorte de ter um pai marceneiro, com umas mãos abençoadas, que fez um para o meu filho. Se assim não fosse, acreditem que comprar-vos-ia um para o meu pimpolho. São uma ternura. Parabéns!
Sem palavras mesmo!! Muito bom.
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