De todos os lados me vêm relatos de embates mais ou menos violentos, sendo sempre certo que, com a chegada de um irmão mais novo para um filho até então único, ninguém sai ileso. Mais cedo ou mais tarde os ciúmes vêm, o ressentimento vira-se contra os pais ou contra o pobre do irmão bebé. Por isso, nós tentamos levar a coisa com muita calma, sem pressões...
Para já, demos-lhe a novidade o mais tarde possível, aliás, demo-la quando à nossa volta já toda a gente lhe perguntava pelo maninho e ele não fazia a mínima ideia do que lhe estavam a dizer. Obrigadinha! Nós queríamos evitar longos meses de expectativas e perguntas e espera. Não vale de nada dizer meses antes que vem aí um mano, quando o miúdo é tão novo que nem tem noção do tempo e para ele tudo tem de acontecer "agora". Já eu ia talvez no quarto ou quinto mês de gravidez quando começamos a dizer que vinha aí um maninho para ele também, até então, apenas falávamos dos manos das primas, dos amigos, que toda agente tem maninhos, e ele qualquer dia também teria.
A partir do momento em que a minha barriga ficou bem à vista, comecei a fazer uma cena gira todos os dias, apenas uma vez por dia, nada mais. Eu mostro-lhe a barriga e dizemos "Olá" ao maninho e lhe damos beijinhos e abraços e falamos um pouco com o mano ou sobre ele. Ele gosta muito, ri-se, fala, beija, interessa-se apenas durante aqueles minutinhos, depois passa ao assunto seguinte ou segue a correr e eu deixo-o passar. E é geralmente a única vez que falamos no mano durante o dia inteiro. Não quero nada que agora seja tudo à volta do irmão, da gravidez, e todas essas coisas colaterais. Se ele me empurra a barriga, nunca, por nada, lhe digo que tem de ter cuidado com o mano ou que está a magoar o bebé, é sempre a barriga da mãe. Se eu não consigo fazer alguma coisa que antes fazia, nunca é por causa do bebé, é porque EU estou cansada, ou o Pedro é pesado.
Não gosto nada quando pessoas de fora vêm para cima do Pedro com a conversa estragada de "agora não podes fazer isso ou aquilo por causa do mano..." "Olha que quando nascer o teu irmão..." "Ai que vem aí um irmão, coitadinho, vais deixar de ser o único da mamã" (Juro!!!). fico doida, as pessoas não têm mesmo noção. Mas enfim, elas querem fazer conversa, dizer qualquer coisa ao puto, sai-lhes às vezes asneira, nada de novo...
Por outro lado, dizer que vem aí uma brincadeira sem fim, que vai ser o máximo, "...que bom que vem aí um irmão para brincar muito com contigo", também não ajuda por aí além, porque até parece que vem aí outro puto de três anos e não um ratinho limitadíssimo. Por isso, uma outra coisa que tento fazer com o Pedro em relação ao irmão é manter as expectativas o mais baixas possível, assim ele só pode ser agradavelmente supreendido! Vou-lhe dizendo que quando o irmão nascer vai ser muito muito muito pequenino, não vai saber fazer nada das coisas crescidas que o Pedro já sabe fazer, basicamente só vai dormir, chorar e fazer cocó, só mais tarde, bem mais tarde, é que vai começar a fazer coisas giras, que nós vamos ensinar.
Essa é outra. Uma outra coisa que agora estou a começar a fazer é envolvê-lo no que ele, enquanto crescido pode fazer pelo irmão mais novo. Coitado do maninho, é tão pequenino que não sabe fazer nada, coitadinho, vamos ter de ser nós a mudar a fralda, a pô-lo a dormir, a vestir, todas essas coisas. Nós vamos ter de fazer tudo por ele "...e a mãe e o pai vão andar muito com ele, porque ele não é crescido e forte e lindo como o Pedro. E quando ele fizer cocó o Pedro pode mudar a fralda. E também pode ajudar no banho..." essas pequenas façanhas... E o Pedro vai dizendo que sim, e que os bebés isto e aquilo, mas bottom line, os bebés são muito limitados e temos de ter paciência, coitados, são o grau zero da existência...
O Pedro, apesar de ser rapagão, gosta de bebés, trata-os com carinho e cuidado, é carinhoso com eles. Nós dizemos, sempre que ele dá beijinhos na barriga ou a sente mexer, que é o mano a dizer-lhe olá, que ele gosta muito do mano velho e fica muito contente por o Pedro estar a falar com ele. Essa conversa põe o Pedro muito feliz, fica radiante!
Quando o maninho nascer é que vão ser elas... Ele vai trazer um presente ao Pedro, para mimar o mano mais velho, até já sei o que será, e eu quero muito que ele venha conhecer o irmão logo que possível, por ele, por mim, para que seja natural e não uma ocasião solene ou empolada pela preparação da coisa.
Então vai começar o jogo de malabarismo entre fazer tudo pelo bebé, sem perder o mais velho de vista, sem o pressionar, sem o censurar... Mais do que nunca vamos ter de ser uma equipa, o pai a ajudar a mim e a dar extra atenção ao Pedro, eu a desencantar momentos especiais com o Pedro entre os sonos do irmão e nós a tentarmos que o Pedro não perturbe sestas e rotinas do bebé, para que o bebé não perturbe a nós de volta... Vai ser uma gincana daquelas...
No Pinterest: http://pinterest.com/ maravilhas/
Para já, demos-lhe a novidade o mais tarde possível, aliás, demo-la quando à nossa volta já toda a gente lhe perguntava pelo maninho e ele não fazia a mínima ideia do que lhe estavam a dizer. Obrigadinha! Nós queríamos evitar longos meses de expectativas e perguntas e espera. Não vale de nada dizer meses antes que vem aí um mano, quando o miúdo é tão novo que nem tem noção do tempo e para ele tudo tem de acontecer "agora". Já eu ia talvez no quarto ou quinto mês de gravidez quando começamos a dizer que vinha aí um maninho para ele também, até então, apenas falávamos dos manos das primas, dos amigos, que toda agente tem maninhos, e ele qualquer dia também teria.
A partir do momento em que a minha barriga ficou bem à vista, comecei a fazer uma cena gira todos os dias, apenas uma vez por dia, nada mais. Eu mostro-lhe a barriga e dizemos "Olá" ao maninho e lhe damos beijinhos e abraços e falamos um pouco com o mano ou sobre ele. Ele gosta muito, ri-se, fala, beija, interessa-se apenas durante aqueles minutinhos, depois passa ao assunto seguinte ou segue a correr e eu deixo-o passar. E é geralmente a única vez que falamos no mano durante o dia inteiro. Não quero nada que agora seja tudo à volta do irmão, da gravidez, e todas essas coisas colaterais. Se ele me empurra a barriga, nunca, por nada, lhe digo que tem de ter cuidado com o mano ou que está a magoar o bebé, é sempre a barriga da mãe. Se eu não consigo fazer alguma coisa que antes fazia, nunca é por causa do bebé, é porque EU estou cansada, ou o Pedro é pesado.
Não gosto nada quando pessoas de fora vêm para cima do Pedro com a conversa estragada de "agora não podes fazer isso ou aquilo por causa do mano..." "Olha que quando nascer o teu irmão..." "Ai que vem aí um irmão, coitadinho, vais deixar de ser o único da mamã" (Juro!!!). fico doida, as pessoas não têm mesmo noção. Mas enfim, elas querem fazer conversa, dizer qualquer coisa ao puto, sai-lhes às vezes asneira, nada de novo...
Por outro lado, dizer que vem aí uma brincadeira sem fim, que vai ser o máximo, "...que bom que vem aí um irmão para brincar muito com contigo", também não ajuda por aí além, porque até parece que vem aí outro puto de três anos e não um ratinho limitadíssimo. Por isso, uma outra coisa que tento fazer com o Pedro em relação ao irmão é manter as expectativas o mais baixas possível, assim ele só pode ser agradavelmente supreendido! Vou-lhe dizendo que quando o irmão nascer vai ser muito muito muito pequenino, não vai saber fazer nada das coisas crescidas que o Pedro já sabe fazer, basicamente só vai dormir, chorar e fazer cocó, só mais tarde, bem mais tarde, é que vai começar a fazer coisas giras, que nós vamos ensinar.
Essa é outra. Uma outra coisa que agora estou a começar a fazer é envolvê-lo no que ele, enquanto crescido pode fazer pelo irmão mais novo. Coitado do maninho, é tão pequenino que não sabe fazer nada, coitadinho, vamos ter de ser nós a mudar a fralda, a pô-lo a dormir, a vestir, todas essas coisas. Nós vamos ter de fazer tudo por ele "...e a mãe e o pai vão andar muito com ele, porque ele não é crescido e forte e lindo como o Pedro. E quando ele fizer cocó o Pedro pode mudar a fralda. E também pode ajudar no banho..." essas pequenas façanhas... E o Pedro vai dizendo que sim, e que os bebés isto e aquilo, mas bottom line, os bebés são muito limitados e temos de ter paciência, coitados, são o grau zero da existência...
O Pedro, apesar de ser rapagão, gosta de bebés, trata-os com carinho e cuidado, é carinhoso com eles. Nós dizemos, sempre que ele dá beijinhos na barriga ou a sente mexer, que é o mano a dizer-lhe olá, que ele gosta muito do mano velho e fica muito contente por o Pedro estar a falar com ele. Essa conversa põe o Pedro muito feliz, fica radiante!
Quando o maninho nascer é que vão ser elas... Ele vai trazer um presente ao Pedro, para mimar o mano mais velho, até já sei o que será, e eu quero muito que ele venha conhecer o irmão logo que possível, por ele, por mim, para que seja natural e não uma ocasião solene ou empolada pela preparação da coisa.
Então vai começar o jogo de malabarismo entre fazer tudo pelo bebé, sem perder o mais velho de vista, sem o pressionar, sem o censurar... Mais do que nunca vamos ter de ser uma equipa, o pai a ajudar a mim e a dar extra atenção ao Pedro, eu a desencantar momentos especiais com o Pedro entre os sonos do irmão e nós a tentarmos que o Pedro não perturbe sestas e rotinas do bebé, para que o bebé não perturbe a nós de volta... Vai ser uma gincana daquelas...
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12 comentários:
Goetei muito deste post. Ando com a cabeça às voltas com a maneira como o Edouardo vai encarar a chegada da Matilde, sobretudo com a primeira ida para a escola. Infelizmente vai ser tudo mais ou menos na mesma altura. Mas tens aqui umas boas iniciativas!!
Ui, ao meu também diziam pérolas do tipo "vais deixar de ter os brinquedos e as atenções todas só para ti".
Mas sabes o que eu fazia? Dizia logo à pessoa para não voltar a dizer esse tipo de coisas, tau! Sem cerimónias.
E, ou ficaram com medo ou então ofendidos, não sei, o que sei é que nunca mais disseram.
Quanto ao resto, eu fiz tudo by the book, mas honestamente, acho que é impossível contornar o incontornável.
É apenas um período de adaptação, faz todo o sentido que durante algum tempo as mudanças mexam connosco. Temos de criar novas rotinas, é mesmo assim.
O que interessa é que depois todos nos habituamos a sermos um todo e as coisas começam a fluir outra vez.
E, a fase mais gira: quando o mano bebé se derrete com o mano mais velho. O mais velho fica inchado de orgulho e nós vibramos com a relação deles.
É esperar para ver e respirar fundo :)
Estás muito bonita.
Bjs aos manos.
Tens toda a razão!
Lembro-me de, por causa de dizerem "agora vais ter uma companheira para as brincadeiras!!", levar para a maternidade um baralho de cartas, porque achava que vinha outra menina com 5 anos e pouco para jogar comigo.
:b
Beijinho
Mas vai correr tudo bem!
nem vale a pena stressares =))) só depois de ele nascer é que vais ver como serão as coisas. nós achávamos que o jaime ia ter imensos ciúmes e bla bla bla e nada. adora o irmão, a 1ª coisa que faz quando se levanta é ir dar-lhe um beijinho e ver se está acordado. claro que nem sempre é assim mas o melhor é ir vendo cada dia =) vai correr bem! ;)
não sei como é ter uma menina, como é com a batatafrita, e por isso até fico a pensar que se dão assim tão bem por serem do mesmo sexo...
Partilho 100%! Que ideias tão giras para lidar com esta nova etapa! Só pode correr bem, de certeza!
Também tenho pensado muito nestas questões, porque muita gente me pergunta como reagiu a Bárbara à notícia de um irmão. Eu não lhe disse nada especificamente. Começo agora a falar nisso, mas tenho imensas dúvidas sobre como lidar com os vários aspectos que abordas aqui, daí que é um excelente post para me começar a orientar! Beijinhos
Tenho dois filhos, e nunca notei ciúmes nem problemas quando a mais nova nasceu.
Sempre envolvi o mais velho em tudo, até na escolha das coisas para a irma e quando ela nasceu, ele ajudou sempre em tudo com ela... Até a dar banho!!! Imaginem a ginastica que era e os cuidados!!! Ele ia por a chucha se ela chorava, ia espreitar se estava a dormir....
Nada de stress antecipados :) eles por vezes conseguem surpreender-nos :)
Olá. Vai correr bem. Se eles não se sentirem rejeitados nem postos de parte penso que é mais ou menos pacifico. O meu mais novo faz esta semana 4 meses e nunca tivemos cenas de ciúmes nem cenas connosco. Bem sei que quando o mais novo começar a ter mais protagonismo e ofuscar a estrela da companhia podem vir alguns ciúmes, mas havemos de lidar com a situação. A nós é que nos sai do pêlo e é uma grande diferença ser mãe de um ou de dois. Então agora com os dois em casa o tempo todo é mesmo a loucura!!! Ontem plubliquei no Facebook alguns dos posts do meu blog sobre a chegada do irmão e a preparação do mais velho que podes gostar de ler. Bjs e tudo a correr bem.
Vou guardar este texto para o futuro, porque concordo a 100% com ele.
Os ciúmes do meu filho mais velho não surgiram quando o irmão nasceu, mas sim mais tarde (9 meses) quando ele começou a "invadir" o seu espaço, a pegar nos seus brinquedos, a fazer gracinhas, etc etc.
No ínicio fiz tudo o que fazia com o mais velho antes do irmão nascer (às vezes até ficava com remorços por não passar tanto tempo com o mais novo, como tinha passado com o mais velho), mas entretanto o pequenito começou a crescer e a requerer mais atenção (e também a ter ciúmes do irmão mais velho).
Eles são inseparáveis mas muito ciumentos um com o outro...
Adorei!
Tambem estou á espera do 2º filho...agora e uma menina. Tenho feito de tudo para q seja ainda + importante (se é q isso é possivel...) e tb lhe digo essas coisas do bebe ser ''um zero á esquerda''....tambem diz ''Olá bebe!'', qse todos os dias, já lhe falei da prenda q ela vai trazer... mas confesso q tenho medo!
Acho q tudo se resolve, como sempre, mas para eles não devem ser tempos nada fáceis...
Aida Ribeiro
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