Exactamente o que eu vejo e como o sinto, muito mais bem contado, pela mestria da escritora Ana C.
Toco no teu rosto fresquinho e encosto o nariz na curva do teu pescoço. A tua pequena mão bate no redondo do meu ombro e dizes-me desse forma que gostas do meu colo, que estás onde deves estar naquele instante de pequena carência.
Queres depois descer até ao chão e correr. Não olhas para trás, para mim. A importância que me deste há pouco, fugiu contigo e com os teus minúsculos sapatos que correm à velocidade da tua alegria.
Alargo os meus passos e sigo-te de perto, mas distante. O suficiente para poder acorrer se precisares de mim. Não sabes que te sigo e continuas veloz na tua corrida pelo mundo. Queres reter tudo nas mãos, nos olhos, na palma dos pés. Sorris a desconhecidos. Eu não importo já. Nada atrás de ti te chama. És curioso e destemido e eu penso que não te comando. Por muito que queira manter ligados a ti os meus invisíveis fios de amor, não te comando.
Depois paras e olhas por cima do ombro. Ali estou eu, a tua guardiã silenciosa. Sorris. Confirmas-me e voltas a correr em direcção ao mundo.
Digo-te em voz só minha, sem que me entendas, ou escutes: Estou aqui, bebé. Estarei aqui, às vezes parece que sempre estive. É aqui que te pertenço. É aqui que tudo faz sentido.
2 comentários:
Lindo! Maravilhoso! E tal e qual...
Alexandra
O que posso dizer agora? O que posso fazer senão sorrir?
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