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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Mi Blog es tu Casa V
Esta semana este blog recebe um momento da vida de uma mãe de minutos, de horas, que não pode viver esses primeiros momentos em plenitude, como todas nós gostaríamos.
O seu bebé nasceu e não pode ir logo para os seus braços...
"Nasceu, e agora? Agora é fácil! " (titulo de um documentário, feito pela RTP1 em parceria com o Amafora-Sintra, sobre os primeiros dias de vida do bebé.)
Bom, vi-o no próprio hospital AS, num dos muitos dias de internamento na obstetricia, antes do D nascer. E é sobre este acontecimento, o nascimento de quem intitulo agora de " homem da minha vida" que eu quero escrever.
O D nasceu no dia em que completei 37 semanas de gestação, a linha que separa um bebé prematuro de um bebé de termo. Tinha 48 cm e 2300kg.
Passaram-se 2 meses e 14 dias, mas ainda sinto tudo recente...como que se me tivessem beliscado e ainda sentisse a dormência...mesmo depois da dor maior ter passado.
Dor? Não me refiro à dor do parto, que bem (mães) sabemos ser muito provavelmente a maior dor (física) que experimentamos, principalmente quando o parto é o mais natural possivel (sim, sem epidoral!), mas a qual ultrapassei com a grande ajuda do meu D grande. Refiro-me à dor que senti, quando ouço "pai, quer cortar o cordâo umbilical?" e nâo ouvi o meu D chorar!! Naquele milionésimo de segundo, o mundo parou..nao sentia o corpo...mas conseguia sentir o coração bater 100x mais rápido, parecia que me ia rasgar a pele de tão acelerado...!e levaram-me o D...!
Levaram o meu bebé, para uma bancada mesmo ao meu lado, mas eu não o conseguia ver...e continuava a não ouvi-lo... tinham chamado uma pediatra. Pareceram-me horas de sufoco...e foram mesmo, porque a primeira vez que toquei no meu fruto, ja se tinham passado algumas horas desde o seu nascimento...
O D nasceu sufocado pelo cordão umbilical, teve que ser reanimado e levado para a neonatologia para ficar sob observação. o que aconteceu ao certo, se foi antes ou durante o parto que o cordão enrolou, não se sabe, pois eu dei entrada no bloco de partos em urgência, e foi tudo tão rápido, que em 30 minutos ele nasceu.
Passadas 4 horas do parto, tive luz verde para me levantar e ir ver o meu menino! Lá fui, levada por uma auxiliar e numa cadeira de rodas (só porque me obrigaram, pois teria ido pelo meu próprio pé), e foi um choque... entrar na neonatologia, e a primeira vez que estava a olhar para ele (consciente) era através de uma caixinha de vidro, todo ligado e cheio de luzinhas...as lágrimas vieram-me aos olhos, mas logo veio ao meu encontro a enfermeira de serviço, que logo me tranquilizou, dizendo que o D estava em ótima recuperaçao e que só ali continuava para observaçao. E finalmente pude pegá-lo, tocá-lo... era um pedaço de mim!
É claro que ouvi e vi o que mais queria, o D estava bem! Mas voltar ao quarto sem ele..era triste demais!!! E o que invejava as mamas que estavam no meu quarto com os seus bebés! Foram 3 dias a "passear" pelos diferentes pisos, pois só me sentia bem junto do meu D. Vê-lo constantemente a ser "picado" era, de certeza, mais doloroso para mim do que para ele, aquela sonda enfiada na boquinha irritáva-me e entrestecia-me...mesmo! Mas ele estava bem!
Finalmente ao 3° dia o meu tesouro veio para junto de mim. Agora sim, tinha renovado as minhas forças e não precisava mais de andar no corre corre, entre o quarto, visitas e neonatologia!
Saimos da maternidade ao final de 6 Dias, porque o D tinha que terminar o antibiótico. Como mae, sofri muito com este susto, mas orgulhosa porque o meu menino é forte, e provou-o logo nos seus primeiros segundos de vida!
Agora? É tudo tão fácil! Não por tudo ser perfeito, que não é, mas porque estamos juntos, me, pai e filho, a fazer prevalecer o amor e união, e por isso posso garantir que vivo os dias mais felizes da minha vida!
Um dia, uma grande amiga disse estas sábias palavras, " não existe um curso que nos ensine a ser bons pais, por isso erramos", é verdade, mas é esta aprendizagem do dia a dia, que nos faz ser quem somos. Entre erros, medos, fraldas, birras e muitas noites mal dormidas, digo, é tão bom e é tão fácil :-)
Quero agradecer a todos os familiares e amigos, que estiveram comigo fisica e moralmente, nestes longos 16 Dias de internamento.
Um agradecimento especial, ao 2° mas não menos importante, homem da minha vida. Foi ele que fez estes dias parecerem menos longos...foi incansável e encheu-me de mimos, que eu tão precisava. Amo-te D Grande :-)
https://www.facebook.com/diana.loureiro.58?ref=tn_tnmn
Se quiser partilhar nestas Maravilhas um momento que a marcou na sua vida, escreva para: asmaravilhasdamaternidade@gmail.com
Obrigada por fazerem desta rubrica o que ela é. Obrigada!!
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4 comentários:
Entendo perfeitamente, tive os meus com 32 semanas e estive sem eles ao meu lado durante um mês, apenas na neonatologia... É horrivel chegar a casa de braços vazios... Foi um mês complicado , mas hoje em dia olho para trás e agradeço todo o cuidado que tiveram com as minhas pestinhas :-). E honestamente por vezes penso que as coisas não acontecem ao acaso, a estadia dos meus filhos na neo, fez com que tivessemos ( a fabrica do meu marido) a oportunidade de fazer e oferecer roupinhas para os prematuros, eles pouca roupa tinham e a que havia era apertada muitas vezes com fita cola para conseguir ficar justa. Valeu apena!!! Beijinho
É mesmo muito duro, os meus gemeos nasceram há 2 meses e meio com 31 semanas e 7 dias, ficaram 38 dias internados, eu passava os dias com eles na UCIN mas à noite vinha para casa, sem eles e essa sensação é indescritivelmente horrivel. O relato aqui:
http://dehorascontadas.blogspot.pt/2012/11/cronicas-de-uma-nova-vida-1.html
Até uma parte deste relato eu identifiquei-me :) a minha nasceu prematura e não chorou logo que nasceu, aqueles segundos foram eternidade para mim/para nós! Felizmente não teve de ser internada e ficou logo ao meu lado! Não consegui deixar de emocionar com este relato. Um beijinho enorme
Situação idêntica, também vivi há 1 ano e 4 meses. O meu bebé, nasceu de 30semanas e 5 dias e, ficou internado 65 dias. Ao que Eu, só tive alta ao 17.º dia pois, tive que lutar pela vida. Momentos muito duros, difícies. Felizmente, agora já está um rapagão. Mas para uma Mãe de 1ª viagem são momentos muito complicados; vive-se num caos emocional muito forte.
Força, Coragem para saborear/conhecer o poder das Maravilhas da Maternidade!
Beijinhos,
--
MOliveira
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